Veja dicas de especialistas para prevenção e tratamento de cães e gatos acima do peso ou obesos

BRIGA CONTRA A BALANÇA NÃO É MAIS EXCLUSIVIDADE DOS HUMANOS/ /©cynoclub/stockphoto.com

BRIGA CONTRA A BALANÇA NÃO É MAIS EXCLUSIVIDADE DOS HUMANOS

Se você é daqueles que acha lindo ter um pet gordinho, fique atento! A obesidade em animais cresce e tem sido alvo de muita discussão em congressos e encontros veterinários mundo afora. De acordo com pesquisa da Association for Pet Obesity Prevention (APOP), dos Estados Unidos, país que abriga a maior quantidade de cães e gatos no mundo, 58% dos gatos e 54% dos cães são obesos ou possuem sobrepeso. No Brasil, não existem pesquisas específicas, mas estima-se que já superamos os 30% de pets gordinhos.

“A obesidade pode acarretar problemas articulares, cardiorrespiratórios, metabólicos e hormonais, além de reduzir a qualidade e a expectativa de vida de cães e gatos”, alerta a veterinária Fernanda Cioffetti, membro da Comissão de Animais de Companhia (Comac) do Sindan.

Pesquisas indicam que cães e gatos obesos podem ter sua expectativa de vida encurtada em até 2 anos. O motivo principal que levou os pets a terem problemas com o peso é a superalimentação por parte dos donos. “A humanização da alimentação é a principal causa. Os tutores acreditam que pets precisam comer como eles e acabam oferecendo comidas potencialmente perigosas, como chocolate”, ressalta Fernanda.

Além disso, a oferta de alimentos sem necessidade de gasto energético, ou seja, sem precisar caçar ou procurar por comida, também contribui para o sobrepeso. Isso acontece principalmente com gatos, que não passeiam e tendem a engordar pelo sedentarismo quando não têm estímulos e enriquecimento ambiental para se exercitar e gastar calorias.

O sobrepeso em cães e gatos caracteriza-se quando um animal apresenta mais de 15% de excesso de gordura; quando ultrapassa 30% já é tido como obeso. Fernanda alerta que tanto o sobrepeso como a obesidade são nocivos. “O problema dos animais com sobrepeso é que dificilmente os seus tutores reconhecem essa condição numa fase em que seria muito mais fácil de prevenir a obesidade”, comenta. Além disso, a necessidade de perda de peso varia para cada raça e porte do animal. O ideal é que o pet obtenha sempre o acompanhamento do médico-veterinário. Para identificar se seu animal está acima do peso veja dicas no quadro escore corporal, publicado no site da revista Cães & Cia ( www.caes-e-cia.com.br)

ENTRANDO EM FORMA

Perder peso não é fácil para ninguém, nem para os pets. Assim, tenha paciência porque o processo pode ser lento. Fernanda diz que o ideal é que a perda de peso ocorra por mais de 12 semanas e que seja eliminado o equivalente a 1% do peso inicial a cada semana. “O animal deve ser examinado pelo veterinário de preferência a cada 15 dias, para verificar se a dieta está correta e se tem sido seguida, além de assegurar que está havendo progresso e que o animal desfruta de boa saúde”, acrescenta.

No processo de emagrecimento, três frentes são fundamentais: a mudança alimentar indicada por médico veterinário; a colaboração do tutor em seguir à risca o que lhe foi passado; e a introdução de exercícios regulares na rotina do animal. O objetivo é fazer com que ele gaste mais calorias que consome (veja quadro Necessidade calórica diária para pets indoor).

No que diz respeito à prática de exercícios físicos, assim como em humanos, não é qualquer passeio que rende bons resultados. Aqueles em que o pet para a cada minuto não são eficientes para a queima de calorias. Ele precisa ser mais vigoroso, ter bom ritmo. Paradas devem ser feitas apenas para recuperar o fôlego do pet. Se sentir que ele está ofegante, deixe que descanse por um ou dois minutos. Lembre-se que caminhar com peso extra não é fácil para ele e pode prejudicar suas articulações e capacidade respiratória.

PREVENÇÃO 

Evitar que o problema se instale é o mais importante. A seguir, Fernanda lista dicas de como prevenir a obesidade em cães e gatos:

Petiscos controlados: Podem ser oferecidos, mas com critério. Deve-se calcular que ao oferecer algo que não seja a ração habitual, a porção de ração deve ser reduzida a fim de não extrapolar a quantidade calórica diária.

Alimentação correta: Ofereça sempre alimentos indicados para a espécie do animal, como também para a raça e condição de vida. Lembre-se que, para chegar ao mercado, o produto passou por vários testes e leva em consideração a espécie, o porte e os nutrientes necessários para cada pet.

Consultas regulares: O veterinário é o profissional mais adequado para verificar se o peso do seu cachorro ou gato está de acordo com sua idade e raça.

Incentive atividades: A prática de exercícios é recomendada em todas as idades. Passeie com seu animal e procure brincadeiras para ele liberar energia, como bolas ou discos. Lembre-se de adequar a intensidade do exercício ao limite físico dele. Ouça sempre a recomendação de um veterinário.

Predisposição genética: Algumas raças são mais propensas a ganhar peso, como Labrador Retriever, Beagle, Cocker Spaniel e Dachshund. Assim, se tiver um desses em casa, fique de olho em sua alimentação!

Grupo de risco: Animais mais velhos, castrados e sedentários fazem parte do grupo de risco. Assim, exigem cuidados redobrados para que não fiquem obesos.

NECESSIDADES CALÓRICAS PARA PETS INDOOR

Gato – 4,5 kg ——— 180 a 200 calorias*

Cães – 4,5 kg——— 200 a 275 calorias – 9 kg ———– 325 a 400 calorias – 22 kg ———- 700 a 900 calorias*

HUMANOS ATIVOS

Homens ———— 2.500 calorias – Mulheres ———– 2.000 calorias

As calorias citadas são gerais e para animais adultos (entre 1 e 7 anos), castrados e que praticam ao menos 30 minutos de exercícios diários. Esta quantidade varia de acordo com fatores como raça, genética, alimento oferecido, estilo de vida ou possíveis doenças. FONTE: Association for Pet Obesity Prevention (APOP).

Conheça um pouco mais ...